A
Itália do século XV é o cenário de mais uma das histórias fascinantes da autora
Anne Rice.
O
jovem Vittorio vive em seu castelo pacificamente com seu pai, um senhor feudal,
mas essa paz chega ao fim com a visita de uma seita satanista denominada Corte do Graal do Rubi que ameaça o
senhor feudal caso ele não entregue os idosos, deficientes físicos e crianças
para a seita. O pai de Vittorio recusa tal proposta repugnante, e com isso sela
o destino dos povos que vivem nas terras feudais.
Como
retaliação a seita extermina toda a família de Vittorio e o povo que ali vivia.
Entretanto, Vittorio acaba sendo poupado por Ursula que teve compaixão pelo
jovem rapaz. Com isso, Vittorio se compromete em vingar sua família e deixa as
suas terras para caçar essa seita maligna.
Porém,
nessa empreitada, Vittorio acaba se apaixonando pelo demônio que assassinara a
sua família. Ursula, o belo demônio, encantadora de mortais acaba envolvendo o jovem
feudal.
Vittorio
não é o personagem mais cativante que Rice criou em suas crônicas vampirescas,
pois em alguns momentos ele se torna irritante devido ao seu pensamento
juvenil, mas em compensação Florian, o aristocrata e líder da seita, é
completamente fascinante.
A
narração de Rice é, como de costume, maravilhosa. Sempre detalhando a
vestimenta e os ornamentos envolvendo os personagens. É impossível não ser
envolvido pelo enredo com uma narração tão bem construída.
O
conflito interno que atormenta Vittorio devido a sua paixão por Ursula foi
muito bem trabalhado. Um conflito que dura quase o livro todo, mas é recheado
de uma complexidade que só Anne Rice consegue criar.
O
elemento religião está presente em todo momento e é muito bem retratado no
oitavo capítulo com o ritual da missa da meia noite. A descrição que Vittorio
faz da seita nesse momento de celebração é magnifico. Uma das minhas partes
favoritas.
Vittorio,
o vampiro é repleto de conflitos religiosos e morais com uma pitada de
derramamento de sangue e romance. Uma combinação que poucos conseguem fazer e
Rice domina com perfeição. Recomendo para leitura sem sombra de dúvida.
Citação Favorita:
“Vi lorde Florian
numa suntuosa casula sacerdotal como se fosse o próprio bispo de Florença, só
que seu deslumbrante paramento exibia impudentemente a Cruz de Cristo de cabeça
para baixo em homenagem ao Maldito, e na sua cabeça não-tonsurada de cabelos
louro-escuro ele ostentava uma coroa de ouro e pedras preciosas, parecendo ser
ao mesmo tempo um monarca francês e um servo do Senhor das Trevas.”
Vittorio
Resenha Vittorio, O Vampiro de J. R. Gomes é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Brasil.
Não conhecia esse livro, mas fiquei curiosa para lê-lo.
ResponderExcluirAnne Rice é a melhor, sem dúvidas e quem pensa ao contrário mostre-me algo melhor (que eu duvido existir...)
O Vittorio deve ser igual ao Louis, reclamão e melancólico, mas a gente lê mesmo assim.
Sobre as "narrativas religiosas" da Anne, ela sabe o que faz, e é uma das coisas que mais gosto dela, pois ela sempre estuda sobre religiões e nunca deixa a desejar sobre tal tema em seus livros.
Nossa, deu saudades de ler algum das crônicas vampirescas agora...
E eu ainda não li nada da Rice. Isso porque tenho raptado dois livros dela(Sr. J.R. que o diga... xD). Ela é tão elogiada que realmente preciso ler logo algo dela. Meu problema é que Entrevista com Vampiro sempre me dá sono... xD
ResponderExcluirMas, prometo voltar a luta... xD Principalmente porque me interesso por conhecer a historia além dos filmes e adaptações espalhadas por ai...
Boa resenha!!
Beijos