Título original:
Sunlight Jr.
Diretor: Laurie
Collyer
Roteirista:
Laurie Collyer
Gênero:
Drama
Ano:
2013
Duração: 90
min
Melissa
é uma operadora de caixa em uma típica loja de conveniência americana e ao lado
de Richie, seu namorado paraplégico, ela vive uma vida supostamente feliz, apesar
das extremas dificuldades financeiras que quase chegam a beirar a extrema
pobreza.
Eles
vivem em um quarto de motel, onde mantêm uma vida sexual ativa. Entretanto,
Richie sente-se constantemente culpado pela situação deles, pois em sua mente a
sua condição o transformou em uma pessoa inválida e sem serventia para a
sociedade americana. Por isso, ele contenta-se em concertar alguns eletrônicos,
isso se ele não estiver afogando as suas mágoas com bebidas baratas.
Enquanto
isso, sua mulher enfrenta arduamente as humilhações e os assédios constantes de
seu patrão e de seu ex-namorado. Mas, uma gravidez repentina ressuscita,
aparentemente, o ânimo do casal perante tantas dificuldades, porém tal
felicidade não dura muito quando a vida de Melissa e Richie sai completamente
dos trilhos, levando-os a caminhos opostos e doloridos.
A
cena da personagem Richie no escritório do departamento de benefícios me marcou
muito. Quando ele devaneia vendo-se livre da cadeira e andando novamente é a
afirmação de como a personagem se enxerga: inválido e sem serventia. O que ele
continuará sendo enquanto não se ver de outra forma. E isso retrata muito bem
os deficientes americanos que enfrentam o preconceito em um país extremamente preconceituoso,
junto com a imposição que a sociedade faz a eles, determinando que são
inválidos e não possuem um lugar na sociedade utópica americana.
Em
contraponto, a personagem Melissa retrata a busca por algo melhor, a esperança
que muitos americanos sem poder aquisitivo possuem de um dia fazer uma
faculdade, nem que seja comunitária, o que é algo extremamente inferior nesta
sociedade. E a atriz Naomi Watts me surpreendeu muito com sua atuação ao dar vida
à personagem, foi uma das melhores atuações que a atriz teve em sua carreira.
Suas expressões foram captadas magistralmente com os lances de câmera. Eram tão
convincentes e comoventes que me deixou arrepiado em muitas cenas. A equipe de
maquiagem foi primordial para que a atriz conseguisse passar as consequências
decadentes da vida da personagem.
E
ela não é a única surpresa no filme, Matt Dillon surpreende muito em sua
atuação como Richie. Eu assisti poucos filmes com ele e, dos poucos que vi,
esse foi o único que ele me surpreendeu como ator.
A
diretora e roteirista, Laurie Collyer, soube retratar com muita maestria a
felicidade e a tristeza que é a vida deste casal, criticando o sistema e a
sociedade americana, retratando o estilo de vida pobre e lamentável, e o ciclo
da pobreza com a falta de oportunidades que, geralmente, perpetuam-se de
geração à geração. Com um final que não é nem feliz ou estabelecido, ela mostra
com beleza inexplicável que o sonho americano é uma noção ainda dormente para
muitos.
MUITO BOM, VOCÊ PRECISA ASSISTIR! |
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