Hoje
vou falar do meu autor brasileiro favorito, Machado de Assis. Estou um pouco
nervoso com a construção da resenha, pois se trata de Machado, mas vamos lá!
Depois
que li o conto “O Alienista” virei fã número um das obras dele. Porém, hoje não
resenharei o conto, e sim o romance: Memórias
póstumas de Brás Cubas.
Memórias póstumas conta a história de
um filho abastado da elite brasileira do século XIX. Brás Cubas é o nosso
narrador, e o próprio abastado. Para quem não conhece, o título chama a
atenção.
Memórias
póstumas?
Isso
mesmo, memórias após a morte de Brás Cubas.
No
inicio, Brás Cubas nos informa sobre o estilo de seu livro para posteriormente
explicar a causa de sua morte, uma pneumonia. Em seguida ele nos narra o óbito.
Após sua morte, Brás começa a narrar as suas memórias. Iniciando pela infância
mimada, birrenta e endiabrada. Passando por sua mocidade e o romance entre a
prostituta Marcela — romance que se tornara uma decepção e que o leva para
Coimbra, onde se forma em Direito.
Ao
regressar para o Brasil, Brás é incentivado por seu pai a entrar na vida
política através do casamento. O senhor Cubas encaminha o relacionamento do
filho para com Virgília, filha do Conselheiro Dutra, mas Virgília decide por se
casar com Lobo Neves, também candidato a carreira política.
Brás
Cubas entra em conflito com sua irmã Sabina, esta casada com Cotrim, após a
morte de seu pai por conta da herança.
Contudo,
a vida de Brás muda completamente com a reaparição de Virgília, esta se torna amante
dele. Em meio ao romance adulteroso e a paixão ardente Virgília fica grávida,
mas perde o bebê. Para manter as aparências, Brás corrompe Dona Plácida com
cinco contos de réis, esta aceita morar em uma casinha que serve de local para
os encontros secretos dos amantes.
No
meio de romances e encontros, Brás reencontra seu amigo de infância, Quincas
Borba. Este, agora pobretão, lhe rouba o relógio, mas acaba devolvendo outro
relógio quando se enriquece novamente. É nesse momento que Borba introduz Brás
Cubas ao Humanitismo. Filosofia um pouco estranha, mas que por certos aspectos
se coaduna com a realidade humana.
O
romance em sua totalidade não apresenta grandes feitos, nada de significante
acontece por completo.
Entretanto,
o ponto forte da obra é justamente essas não realizações. O leitor fica sempre
a esperar os desenlaces que a narração promete, mas no final resta apenas o
vazio da existência do protagonista. Brás Cubas é uma ótima crítica à elite
brasileira daquele período. O jogo de interesses, que Virgília representa bem.
Os mimos e caprichos da elite brasileira. O falso moralismo que está presente
em todas as elites de todas as épocas, e que Brás e Virgília interpretam de
maneira formidável. Restando, no final, apenas um capítulo de negativas.
Machado
de Assis que me perdoe, mas não vi outras maneiras de resumir a história e
compartilha-la com vocês. Muitos fatos tiveram de ser omitidos, afinal, se
vocês forem ler o livro é necessário algum elemento surpresa, não é mesmo?
Citação favorita:
“Trata de saborear a
vida; e fica sabendo que a pior filosofia é a do choramingas que se deita à
margem do rio para o fim de lastimar o curso incessante das águas. O ofício
delas é não parar nunca; acomoda-te com a lei, e trata de aproveitá-la.”
Quincas
Borba
Nota: Como a edição é antiga e não possuí uma imagem na capa, decidi colocar outra imagem.
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