Marion se tornou a minha autora favorita, não tenho como
negar isso, mas deixando de lado o surto fã, vamos resenhar Brasil.
Em A Grande Rainha temos as consequências que se seguiram depois das manipulações feitas por Viviane para Artur virar Rei e ter um herdeiro de sangue puro. Além de revelar que Morgause, irmã mais nova de Viviane e esposa do Rei Lot, pode ser uma boa estrategista calculista. O surgimento de uma nova “narradora” é apresentado com Gwenhwyfar se casando com Artur.
Gwenhwyfar é a típica cristã fanática
e hipócrita daquele período. Ela se casa com Artur estando apaixonada por
Lancelot, melhor amigo e primo do Grande Rei. O que dá um pouco de
complexidade e diferencia o romance de Igraine com Uther, pois Gwenhwyfar
mantém o seu sentimento por Lancelot em segredo, assim como ele.
Marion continua sua critica aos
cristãos fanáticos daquele período, e ela usa Gwenhwyfar com muita sabedoria
para consolidar suas criticas. Como disse esses dias nas redes sociais: existem muitas Gwenhwyfar por ai interpretando santas, mas estão loucas para se
entregarem nos braços de um Lancelot. Ela foi criada em um convento, então tudo o que não esteja de acordo com a igreja é coisa do demônio. Ela
repudia e critica a antiga religião, mas é hipócrita o suficiente para buscar
ajuda nessa religião para gerar o “herdeiro” de Artur, já que abortou diversas
vezes sem querer.
Grande parte do livro se passa no
ponto de vista de Gwenhwyfar. O que pode ser um pouco irritante para quem não
consegue entender a cabeça de religiosos fanáticos, mas é algo necessário para
mostrar o que acontece na corte de Artur, e de como Gwenhwyfar tem a capacidade
de manipular ele. Viviane aparece muito pouco neste segundo livro, mas, como
de costume, suas aparições são sempre reveladoras e importantes para o
desenrolar do enredo. Devo admitir que Viviane é uma personagem muito importante
e fascinante.
Morgana está desempenhando um
papel mais importante no enredo agora — principalmente no final do livro quando
Gwenhwyfar pede ajuda a ela para gerar um herdeiro para o trono. Porém Morgana percebe que a cada dia que passa ela perde o seu irmão
para Gwenhwyfar, logo, Artur se afasta da antiga religião e de Avalon.
Gwenhwyfar mostra uma grande habilidade em manipular Artur, tenho que admitir
que ela é boa nisso.
O final do livro é bem inesperado,
não contarei para não estragar a leitura. Gostei muito de como as coisas
aconteceram e acho que Marion soube desenvolver o enredo com muita perfeição. O
final de A Grande Rainha promete muitos babados e confusões.
Citação favorita:
“—
Não posso participar desse desejo, irmão. Também eu acredito ser a vontade de
Deus que todos os homens devam procurar a sabedoria em si mesmos, e não recebê-la
de outra pessoa. As crianças talvez precisem de alguém para lhes amassar a
comida, mas os homens podem beber a sabedoria sozinhos.”
Teliesin, o Merlim
Resenha A Grande Rainha de J. R. Gomes é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Brasil.
O final do livro-como disse uma pessoa cujo nome não lembro-mostra Gwenhwyfar fazendo algo que vai contra tudo aquilo que ela defendeu.Hipócrita é pouco!!!
ResponderExcluirEla realmente ultrapassa o nível de hipocrisia nesse livro, mas nada supera a noite entre ela, Artur e Lancelot. Aquela noite foi o ápice.
ExcluirNunca conheci alguém que gostasse da Gwenhwyfar. HAHAHA
Obrigado por comentar.
Ao conviver os meus 22 anos com fanáticos religiosos ao meu redor sem bem o quanto pode ser irritante, mas nesse caso tem todo um jogo politico de fundo. Deve ser realmente interessante acompanhar a vida dessa corte.
ResponderExcluirHomens manipulados tendem a fazer besteiras graves. Cada vez me interesso mais em furar a fila de leitura e colocá-los no topo.
Tenho que parabenizar a resenha. É tão dificil fazer a resenha de uma série e não dar spoilers sobre a trama. E você conseguiu se expressar sem estragar para quem ainda não leu. Fiquei encantada com isso.
Beijos carinhosos