segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Novidade no blog: Conte-me o conto

Olá munchkins!


Temos uma novidade no blog. Conte-me o conto é uma seção do blog que tem como objetivo compartilhar contos de grandes autores com vocês. Toda segunda-feira postaremos um conto para vocês iniciarem a semana de forma excelente. E para inaugurar essa seção, escolhi o primeiro conto que eu li e o que mais me marcou até hoje.





quinta-feira, 26 de setembro de 2013

As Boas mulheres da China

Título original: The Good Women of China
Autor: Xinran
Tradutor: Manoel Paulo Ferreira
Gênero: Condições Sociais
Páginas: 251
Ano: 2007
Editora: Companhia de Bolso


Olá pessoal! Tudo bem?
Vamos resenhar?

  Sinceramente o livro de hoje será um pouco difícil de fazer a resenha, por que ele mexeu muito comigo e quero tentar expressar como o livro (mais um) mudou meu conceito sobre o mundo.
  
  Bom “As boas mulheres da China” conta histórias verdadeiras sobre mulheres que viveram na época da Revolução cultural chinesa e na época onde o Comunismo era forte e tudo que era de fora do país era considerado como ilegal, errado e digno de repugnância.

  Todas as histórias são contadas por quem as ouviu que é a Jornalista Xinran, que por volta de 1989 tinha um programa na rádio chama Palavras na brisa noturna, onde falava de vários aspectos do cotidiano e das dificuldades da China, mas conforme o tempo foi passando ela percebeu que as mulheres estavam desorientadas sobre sua própria sexualidade e questões amorosas, então Xinran decidiu que seu programa seria mais voltado para o publico feminino.

  Foi quando ela começou a ser reconhecida na mídia e as mulheres começaram a confiar nela, que relatos por carta e entrevistas começaram a acontecer.

  E o livro todo são as histórias dessas mulheres chinesas que anseiam em compartilhar seus medos, erros, angustias e tristezas. Há vários relatos, desde meninas que perderam a inocência muito cedo devido por terem sido abusadas sexualmente pelo próprio pai, ou moradoras de um vilarejo distante que foram vítimas de um terremoto e que esperaram 14 dias para serem socorridas dos escombros (a história que mais me emocionei) e de mulheres que esperaram 45 anos pela volta de seu amado.

  O livro todo mostra o sofrimento de todas essas mulheres que eram vítimas dos homens e de seu próprio país, pois eram consideradas o sexo frágil e que serviam somente para procriar e cuidar de toda a casa sem ter ao menos a oportunidade de opinar na vida do casal e na política do país.

  Essas mulheres foram as que mais batalharam para ter uma vida digna e decente e sacrificaram tudo para o bem de sua família, ou para pelo menos tentar compreender-se.

  “As boas mulheres da China” é um livro devastador e triste, mas que todos nós deveríamos ler para reconhecer e respeitar muito mais as mulheres devido a toda luta e opressão que elas tiveram durante todo esse tempo e para agradecer a vida que nós temos agora, pois apesar de todo os desafios que surgem em nossa vida, nós conseguimos supera-los porque temos a chance, o meio e condições para isso, coisa que essas mulheres não  possuíam.

Muito Bom


Citação Favorita:

“É tarde demais para devolver a juventude e a felicidade a Hua’er e a outras mulheres que suportaram a Revolução Cultural. Elas arrastam consigo as grandes sombras negras de suas recordações.”
- Xinran

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As boas mulheres da China de Cleber Diniz é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Brasil.

domingo, 22 de setembro de 2013

Verbalize: Emprestar ou não emprestar, eis a questão...

Olá munchkins!

Todo leitor já se encontrou neste dilema. Emprestar ou não emprestar? E foi por esse motivo que eu e o Cleber resolvemos fazer este vídeo falando sobre os problemas em emprestar livros e também damos três dicas engraçadas para quem deseja continuar emprestando livros.


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O Guia do Mochileiro das Galáxias

Título original: The Hitchiiker's Guide to the Galaxy
Autor: Douglas Adams
Tradutor: Paulo Fernando Henriques Britto e Carlos Irineu da Costa
Gênero: Ficção científica
Páginas: 156
Ano: 1979
Editora: Arqueiro  


  Pessoal tudo bem com vocês? Preparados para a resenha mais louca já feita no estante de garotos? Vamos lá!

  O livro de hoje é o renomado o guia do mochileiro das Galáxias e eu tenho que confessar que foi o livro mais doido e mais dinâmico que eu já li! Estou apaixonado!

  A história começa com o nosso protagonista chamado Arthur que tenta defender com unhas e dentes sua casa que está prestes a ser demolida, mas logo em seguida isso não se torna nada importante por que a Terra está para ser destruída!

  Isso mesmo evaporada da face da galáxia, mas graças a um amigo que dizia ser um ator desempregado, mas acabou se mostrando um alienígena mochileiro ele é avisado antecipadamente e consegue pegar uma carona na nave que veio destruir a Terra, e assim após um dia comum BAM o nosso Planeta é totalmente destruído.

  A partir daí a história se torna muito dinâmica com Arthur e Ford ( o nosso alienígena disfarçado) começando a visitar mundos distintos e andando por toda a Galáxia.

  Infelizmente eu não posso mais contar sobre a história, por que o livro é extremamente curto e eu contaria tudo, o que não é o objetivo dessa resenha, mas quero comentar algumas outras coisas.

  Primeiro, que autor maravilhoso! Totalmente criativo inventando vários mundos e vários seres sem perder a linha de raciocínio possuindo uma narrativa impressionante que conversa com o leitor. Além de satirizar MUITO a política e até mesmo algumas culturas e o próprio ser humano que se intitula a raça mais inteligente, mas que para o resto da galáxia não passa de seres inferiores, sendo essa a forma de criticar a sociedade, é impressionante.

  Então com um ser humano surtado, um alienígena que não entende ironia, ou presidente galáctico excêntrico, uma astrônoma e um robô depressivo Douglas Adams consegue te puxar para dentro desse universo interespacial cheio de possibilidades.

  O único problema é que eu as vezes você se confunde com algumas cenas descritas no livro, devido as palavras utilizadas e as cenas descritas, mas ao meu ver essa era justamente a ideia do autor fundir toda a sua cabeça, e isso me deixou mais maravilhado! hahahahah

  O pior de tudo é que o livro não tem um final decisivo ele é praticamente introdutório e se eu já estou super animado com esse primeiro livro imagine o resto??? PRECISO ler o resto.

  Mas PESSOAL, para você ler e contemplar o trabalho realizado por Douglas Adam, você precisar ler com a mente totalmente aberta e imaginativa, por que se não você será bloqueado por pré-conceitos que temos da vida terrestre.


  É um excelente livro e estou apaixonado hahahahaha <3 


Excelente


Citação Favorita:

" Não entre em pânico"

Onde comprar: Saraiva | Cultura | Fnac | Submarino ($) | Arqueiro | Martins fontes


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O guia do Mochileiro das Galáxias de Cleber Diniz é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Brasil.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

O Preço de Ser Diferente

Título original: O Preço de Ser Diferente
Autor: Mônica de Castro (Ditado por Leonel)
Tradutor: -
Gênero: Romance; Espiritualismo
Páginas: 364
Ano: 2008
Editora: Vida & Consciência

Olá pessoas! Eu li este livro no final de julho, mas só agora fiz a resenha dele. Eu sei, shame on me!

Ele foi bem difícil de resenhar, pois foi preciso dar alguns spoiler, mas também foi preciso certo cuidado para não falar demais. Bom, o que importa é que a resenha está pronta.

O preço de ser diferente é um livro espirita, eu não entendo nada sobre a doutrina. Eu li, pois muitas pessoas havia me recomendado este livro. Por isso não irei entrar em detalhes sobre a doutrina. Não sou um crente da religião, mas li o livro com a mente aberta e acabei me surpreendendo.

O livro conta a história de Romero, um jovem rapaz que nasceu diferente e por ser diferente sempre foi o alvo das brincadeiras maldosas e dos comentários ofensivos. Ele nunca entendeu o motivo que levava os meninos de seu colégio a implicarem com ele. Romero sentia que era diferente, mas não entendia se isso era algo bom ou ruim.

Romero morava com seu pai, Silas, um homem machista e preconceituoso. O tipo de homem que valoriza a masculinidade. Silas vivia oprimindo Romero, e ele chegara a levar o filho em um prostibulo para força-lo a perder a virgindade. A mãe de Romero, Noêmia, é uma mulher submissa que assiste a tudo calada, mas Romero não está sozinho, pois sua irmã Judite, uma universitária além do seu tempo, toma a posição que a mãe deveria tomar e defende o pequeno irmão com unhas e dentes.

Depois que Romero é abusado sexualmente por um rapaz mais velho, ele acaba descobrindo sua sexualidade, não que o abuso transformara Romero em homossexual. O livro deixa bem claro que esse não é o motivo, ninguém se transforma em homossexual, as pessoas nascem homossexuais. E é nessa vertente que o livro trabalha a história desse jovem homossexual.

Romero fica muito fragilizado devido ao ocorrido, mas acaba conhecendo Mozart, o primo do namorado de sua irmã. Mozart é músico e logo encanta a família de Romero e o próprio Romero com sua música. Ambos acabam, inevitavelmente, desenvolvendo sentimentos um pelo o outro. É nesse momento que Romero começa a entender e a explorar a sua sexualidade.

Entretanto, o pai de Romero acaba descobrindo o “namorico” dos garotos e expulsa Romero de casa. Romero e Mozart só conseguem ficar juntos até o final do verão, pois Mozart partirá para a Europa, onde estudará em uma das melhoras escolas de música.

Mesmo com tudo isso, Romero acaba sendo amparado pelo doutor Plínio, o médico que atendera Romero quando ele fora estuprado. Ele o cria como se fosse o seu próprio filho. Plínio é casado com Lavínia, com a qual teve um filhinho chamado Eric e junto com eles mora Rafael, irmão de Lavínia. Com o decorrer dos anos, Rafael começa a sentir uma inveja tremenda de Romero, e essa inveja acaba transformando-se em um gatilho para mais uma tragédia na vida de Romero.

Sim, a vida de Romero foi recheada de tragédias, ele foi desgraçado desde sua infância até boa parte de sua vida adulta. O preço de ser diferente mostra muita tragédia, você deve se preparar para sofrer, pois é impossível não sentir o sofrimento que Romero sente.

Contudo, o livro trata a superação e a honestidade de uma pessoa que nunca fizera mal para ninguém nesta vida, mas que sofrera inúmeras provações. E a redenção do personagem é o ponto auge do livro. Isso mesmo, Romero está constantemente em busca de redenção. Ele não fizera mal a ninguém nesta vida, mas em sua vida passada ele fizera muito mal a muitas pessoas. E é nesse ponto que entra a doutrina espirita, ela explica o motivo que levara Romero a passar por todas essas provações. E também nos mostra a ligação forte que os espíritos de Rafael, Lavínia, Plínio e Judite possuem com o de Romero. Mostrando que o amor e o ódio são laços extremamente fortes e capazes de se prolongar por outras vidas.

É uma linda história de vida e também uma belíssima história de amor. É uma ótima dica, mesmo para você que não é espirita ou religioso como eu. Não virei espirita depois da leitura do livro, mas não posso negar que o livro me tocou inúmeras vezes. O preço de ser diferente é muito mais do que um livro, é um ensinamento sobre superação e redenção. Um livro muito bom que eu recomendo com muito carinho.

Muito Bom





Citação favorita:
“Para mim, a única lei que é eterna e verdadeira é a lei do amor. A partir daí, tudo o mais é consequência. Quem ama compreende, ajuda, não critica, não rouba, não inveja, não mata, não fala mal. E isso, para mim, é o que conta no ser humano. Não importa se homem ou mulher, hétero ou homossexual, branco ou negro, rico ou pobre. Cada um vive o que tem de viver, e ninguém vive de forma errada. Vive o que precisa. E o que precisamos é sempre o melhor para nós. E o melhor para nós, seja o que for, é o que vem para nossas vidas.”

Judite


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Resenha O Preço de Ser Direferente de J. R. Gomes é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.

domingo, 15 de setembro de 2013

TAG: Doenças Literárias

Olá munchkins!
Você já foi pego por alguma doença literária? Você tem certeza que não?

O Cleber fez a divertida tag Doenças Literárias e nos mostrou quais são essas doenças, aconselho você a assistir e conferir, vai que você está com alguma doença literária e nem sabe.


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A Batalha do Apocalipse


Título original: A Batalha do Apocalipse - Da queda dos Anjos ao crepuscúlo do mundo.
Autor: Eduardo Spohr
Tradutor: -
Gênero: Ficção brasileira
Páginas: 586
Ano: 2010
Editora: Verus

  E aee tudo bem? Hoje temos mais uma resenha vamos lá?
  
  O livro de hoje se chama "A batalha do Apocalipse" de Eduardo Sphor mais um autor Brasileiro e tenho que confessar algo para vocês (na verdade eu não sei se já disse isso hahHAHAAH). Eu não gostava de autores brasileiros, tinha mesmo um preconceito ( como em filmes mais já é uma outra história) e eu percebi que na verdade estava lendo livros errados, por que existem autores que escrevem muito bem e até melhores que autores internacionais e “ A batalha do Apocalipse” é esse caso, mas chega de postergar e vamos à resenha!

  Então vamos lá pessoal, vamos imaginar o céu com anjos de várias castas ou grupos, então temos anjos guerreiros, anjos com capacidades psíquicas avançadas e anjos que controlam os elementos, mas quem comandam eles?

  São os arcanjos como o próprio Miguel e Gabriel e Lúcifer ( vulgo Lulu), mas onde está Deus? Deus na verdade está dormindo, reza a profecia de que após ter criado o universo e povoado a Terra no sétimo dia Deus foi descansar e dormiu, deixou a terra para os humanos e o céu para os anjos. Só que ele deixou os arcanjos encarregados de tudo, principalmente Miguel que foi entregue pelo próprio Deus o livro da vida contando toda a história da existência universal.

  Só que Miguel começou a ficar com ciúme e inveja dos humanos e começou à castiga-los com pestes e fenômenos naturais, como o grande dilúvio. Ablon o nosso guerreiro e general dos querubins vendo isso se indignou e tentou criar um grupo de rebeldes para tirar Miguel do trono, mas foi traído e caiu na garra do arcanjo e seu exército sendo todos expulsos e forçados a viver na Terra para sempre (Tipo assim: já que vocês amam tanto esses macacos de barro vão viver com eles :D) tornando-os os anjos renegados.

  Diferentes de Lúficer e seus guerreiros que também quiseram destronar Miguel para pegar o poder para si, mas foram jogados ao Sheol e se tornaram os Anjos caídos.

  Milênios se passaram e finalmente o sétimo dia está chegando ao final e a profecia irá se realizar, quando Deus acordar e perceber o que aconteceu com a Terra, com os anjos e com os humanos, e o que vai acontecer? Será que deus irá poupar Miguel por ter sido cruel, ou irá eliminar toda a população por não respeitarem uns aos outros?

  Vou te falar que nunca li livro relacionados a anjos nem nada, por que prefiro outras culturas e mitologias, mas admito que a batalha do apocalipse é um livro muito por que além de explicar sobre o céu e o inferno, o livro fala sobre outros deuses de outros países mesclando muito bem várias culturas!

  Já o nosso herói ele é digamos, bonzinho e justo demais, eu não percebi uma falha de caráter ou nenhuma fraqueza coisa que eu acho que todo herói deveria ter afinal ningu´ém é perfeito ué! O que não me cativou muito.


  O livro por si só tem alguns clichês básicos e se passa nos dias atuais mais temos flashbacks ( UHULL amo flashbacks \o\). 

  PESSOALl!! No final do livro, la pelas cem últimas páginas começa a ficar extremamente dinâmico e cheio de revelações e isso me motivou bastante tornando um ótimo livro.

Nota:
Bom


Citação Favorita:

"...Ninguém, nem mesmo o Altíssimo, pode prever o futuro. Tudo que vislumbramos são caminhos, trajetórias abertas. Cabe a cada um, homem ou anjo, deus ou demônio, escolher seu destino..."

- Arcanjo Gabriel

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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Orfeu da Conceição

Título original: Orfeu da Conceição
Autor: VInicius de Moraes
Tradutor: -
Gênero: Tragédia; Peça Teatral
Páginas: 104
Ano: 2013
Editora: Companhia de Bolso

Olá pessoas!

Devo confessar que amo as obras de Vinicius de Moraes, mas não conhecia essa peça dele. Quando vi esta edição de bolso da Companhia de Bolso fiquei apaixonado pela história e extremamente feliz quando ganhei o livro de um amigo. Eu AMO ganhar livros, fica a dica.

A história de Orfeu da Conceição é uma adaptação em forma de peça musical do mito grego de Orfeu e Eurídice.

Você não conhece o mito de Orfeu e Eurídice? Não tem problema, você pode clicar aqui e ler sobre o mito. É um texto bem curto, mas se quiser pode ler a resenha mesmo sem ler sobre, mas aconselho a ler sobre o conto primeiro para obter uma maior compreensão.

Deixando a Grécia de lado, Vinicius de Moraes nos transporta para as favelas do Rio de Janeiro e conta a história do sambista Orfeu, conhecido no morro por sua música. Orfeu é um rapaz negro, sedutor, bonito e galanteador. Ele mora em um barraco com seus pais, Apolo e Clio. A primeira cena de encontro entre Orfeu e Eurídice é recheada de palavras poéticas, ficando evidente a libido e o verdadeiro amor que existe entre ambos. Em meio à euforia da paixão, Orfeu deseja levar Eurídice para o quarto, mas ela, mesmo o desejando, pede para que ele aguarde até depois do casamento, o qual aconteceria secretamente no dia seguinte.

Mira, ex amante de Orfeu, enciumada e inflada de inveja, acaba indo de encontro com Aristeu, o pastor de abelhas que é obcecado por Eurídice. Mira convence Aristeu de que Eurídice deitara-se com Orfeu e insinua que ela em nove meses daria a luz ao filho de Orfeu. Aristeu, influenciado por Mira, vai até o barraco de Orfeu e espera até que Eurídice saia. Ele a executa com um punhal.

Desesperado pela morte de sua amada. Orfeu, em uma terça-feira, último dia de carnaval, desce do morro e vai até o Clube dos Maiorais do Inferno para procurar Eurídice. Dentro do clube ele clama por Eurídice, mas o casal de rei momos, Plutão e Proserpina que comandam a festa, não conseguem entender o que o sambista quer e acabam deduzindo que ele está apenas bêbado. Orfeu canta e clama para rever sua amada, mas outras mulheres, também embriagadas, afirmam ser Eurídice. E Orfeu, transtornado, acaba vendo Eurídice em cada uma delas. Deixando claro o principio de sua insanidade. Cansado de procurar a sua amada em meio à confusão do carnaval, Orfeu parte inconsolável para o morro.

Após a perda de sua amada, Orfeu tornara-se uma pessoa digna de pena, pois vivia fora do ar, clamando por Eurídice. Mira e outras prostitutas, irritadas com a indiferença do tocador de viola, atacam-no com facas e navalhas. Ferido, Orfeu corre para o seu barraco e lá encontra a Dama Negra, figura mítica que encontrara em outra ocasião na peça. Ela vem buscá-lo e manifesta-se com a voz de Eurídice. As prostitutas alcançam-no e o executam, instaurando-se a música do protagonista na cena final.

A peça é música e poesia pura. Todos os diálogos são rimados e ritmados. Nota-se claramente a mão de Vinicius na peça. É uma adaptação que me fascinou completamente. Essa inserção que ele faz do o negro no Brasil é fantástica, fora a beleza dos diálogos. É lindo. A peça é dividida em três atos e é uma experiência que eu recomendo para todos, pois é magnifico. É impressionante ler um mito grego ambientado em uma favela no Rio de Janeiro, fora que o texto toma forma enquanto é lido, deixando uma vontade tremenda de assistir a peça nos dias de hoje.



Citação favorita:
“Juntaram-se a Mulher, a Morte, a Lua
Para matar Orfeu, com tanta sorte
Que mataram Orfeu, a alma da rua
Orfeu, o generoso, Orfeu, o forte.
Porém as três não sabem de uma coisa:
Para matar Orfeu não basta a Morte.
Tudo morre que nasce e que viveu
Só não morre no mundo a voz de Orfeu.”


Coro


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Resenha Orfeu da Conceição de J. R. Gomes é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Brasil.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Assassinato no expresso do Oriente

Título original: Murder on the Orient Express
Autor: Agatha Christie
Tradutor: Archibaldo Figueira
Gênero: Ficção inglesa
Páginas: 223
Ano: 2009 / original em 1934
Editora: Nova fronteira

  Eaeeeeee!
  Pessoal tudo bem?

  Hoje é quinta e é mais um dia resenha para vocês, a resenha de hoje é mais uma vez da minha autora preferida Agatha Christie :D

  Sim eu sei eu sei, faço muita resenha dela, mas é por que eu leio muito livros dela, por que são maravilhosos, então leia também hahahaha.

  O livro de hoje é assassinato no expresso do oriente um dos melhores livros dela então vamos a resenha?

  O livro tem como protagonista nossa querido detetive Hercule Poirot, ele precisa chegar a Istambul e o jeito mais rápido é pelo trem, o expresso. Junto com o Tenente Dubosc eles entram no trem e percebem que estranhamente o trem está lotado para essa época do ano com pessoas com diversas nacionalidades e locais diferentes, desde moradores de Nova York a italianos, O detetive entra e já começa a ficar com a pulga atrás da orelha, será que seu sexto sentido já começou a detectar alguma coisa?

  Bem, infelizmente Poirot estava certo, na madrugada do segundo dia o trem enfrenta uma nevasca e fica parado durante um bom tempo, Hercule começa a escutar alguns barulhos estranhos, sai da sua cabine para ver se encontra algo, mas não percebe nada e volta a dormir. Até que no dia seguinte chega a notícia de que um homem foi morto em uma das cabines com múltiplas facadas em seu corpo e que sua cabine estava trancada pelo lado de dentro. Como será que isso foi possível? O trem tinha acabado de passar por uma nevasca e estava parado, não tinha como ninguém entrar ou sair daquele vagão, e existia treze pessoas no local, quem será que assassinou o M. Ratchett?

  Gente, GENTE! Que livro é esse pelo amor! Okay okay, primeiro temos o básico dos livros da Agatha as apresentações, como são 13 pessoas o começo fica um pouco confuso e eu confesso que as vezes eu troquei os nomes dos personagens mas tudo bem, depois que acostumamos com isso, temos as pistas: várias pistas e vários mistérios são colocados no livro, até que chega um momento que você não sabe o que é verdadeiro e o que é falso!

  Gente, GENTE! E o final do livro? O que é isso? Primeiro você só descobre quem é o assassino nas últimas cinco folhas ai quando você descobre você fica assim: Oh My FREAKING GOD, THIS IS REAL LIFE? Ai você descobre o por que isso aconteceu e você fica: AHHHH I’M DONE! I’M DOOOONNNEEE ( caso você não saiba inglês use o google tradutor :D, mas basicamente isso expressa a minha surpresa hahaha)

  E é exatamente por isso que eu amo os livros da Agatha eles sempre dão uma reviravolta no final, e nesse livro especialmente você aceita o assassinato e não fica indignado com o assassino, é maravilhoso, TODO MUNDO PRECISA LER ESSE LIVRO.

  E ainda tem um filme baseado nesse livro de 1974 acreditam? Já estou baixando para assistir :D

Muito Bom

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 Citação Favorita:
- Eu? Eu suspeito de todo mundo até o último minuto.

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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Conte-me o conto: Felicidade Clandestina

Felicidade Clandestina
Clarice Lispector
In Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro, Rocco, 1998.

Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.
Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”.
Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.
Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim um tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.
Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.
Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.
No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu,e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.
Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir com meu coração batendo.
E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.
Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.
Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!
E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.
Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.
Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.
Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.