terça-feira, 30 de abril de 2013

Persépolis



Em pleno feriado e eu aqui resenhando. Tudo por vocês.

Hoje não vou resenhar um livro, pois abrirei uma exceção para resenhar um quadrinho que me chamou a atenção e acho que vocês merecem conhecê-lo.

Vamos resenhar, Brasil?

Persépolis é o nome de uma série de quadrinhos reunidos em um volume único que conta a história de Marjane Satrapi, que também é o nome da autora do quadrinho, esta se depara com o regime islâmico e se vê obrigada a usar o véu com apenas dez anos. Acompanhamos de forma divertida e dinâmica a infância de Marji, e a formação de seu caráter construído pela imagem liberal e democrática que seus pais sempre passaram para ela.

É fascinante ver como, de certa forma, uma criança olhava para aquele regime opressor e encarava os mártires e toda a questão que a envolvia e de como a repressão religiosa foi crescendo no país. Com o regime crescendo e a opressão aumentando, os pais de Marji decidem enviá-la para a Áustria com o intuito de escapar dos religiosos radicais, mas acaba se deparando com outros religiosos radicais. A experiência que ela passa na Áustria é muito importante na formação adulta que ela irá ter.

A passagem pela puberdade em outro país foi bem trabalhada e o traço da desenhista ajudou a deixar engraçada essa parte da vida que todo adulto já passou. Uma etapa muito desafiadora para Marji, afinal não é fácil enturmar-se ou se enquadrar em uma cultura totalmente diferente da qual se foi criado, além de alguns conceitos totalmente diferentes que se conhecia.

A volta de Marji, já adulta, para o Irã é de muita expectativa, pois somos introduzimos no romance entre ela e o Zera, além de sua vida acadêmica e de seus pensamentos, agora adultos, sobre a opressão religiosa extremamente forte em seu país. Muitas perguntas surgem nesse momento da história. Ficaria Marji e Zera juntos? Ela conseguiria suportar toda a repressão religiosa ou fugiria novamente de seu país para ser livre?

A desenhista soube contar esta história fascinante de forma divertida, pois tratou de um assunto sério que é o regime opressivo islâmico com um humor sutil. Os desenhos retratados em páginas únicas retratavam muito bem a mensagem que o texto em seu diálogo passava e ainda ia além. É um ponto muito forte desse quadrinho, além do humor leve que deixou a leitura extremamente dinâmica e deliciosa. É uma ótima recomendação para quem não conhece a história do Irã e de como surgiu toda a repressão religiosa no país.

Citação Favorita:
“Na vida você vai encontrar muita gente idiota. Se te ferirem, pensa que é a imbecilidade deles que os leva a fazer o mal. Assim você vai evitar responder às maldades deles. Porque não tem nada pior no mundo do que a amargura e a vingança... Seja sempre digna e fiel a você mesma”

Avô de Marji

“Quando temos medo, perdemos o senso de análise e de reflexão. O terror nos paralisa. Aliás, o medo sempre foi o motor da repressão em todas as ditaduras.”

Marji


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Resenha Persépolis de J. R. Gomes é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Brasil.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Edgar Allan Poe: O Mago do Terror

Brasil, vocês já haviam parado para pensar ou procuraram saber sobre a vida de Edgar Allan Poe?

Com uma narração simples e de leitura fácil e diversas ilustrações de pessoas que rodeavam o autor, Jeanette Rozsas, nos mostra em seu romance biográfico a vida do renomado escritor americano Edgar A. Poe, desde sua infância recheada de tragédia com a morte de sua mãe Elizabeth; a vivência com seus tutores Fances e John Allan; seu amor por Jane Stanard, musa que o inspirara na criação do poema “Para Helena”; o inicio da curta vida acadêmica e boemia; seus problemas com o tutor e a perda de sua amada tutora e mãe adotiva Fances; sua ida a Baltimore e as inúmeras tentativas de ingressar no mercado literário; o problema com a bebida e suas constantes crises depressivas.

Muitas coisas aconteceram nos quarenta anos de vida do poeta, mas se fosse resumir a vida de Edgar, diria que uma vida desgraçada repleta de amor foi o que lhe fora proporcionado com suas diversas tentativas em ingressar e ser reconhecido no mercado literário até conseguir o repleto reconhecimento com o seu brilhante poema “O Corvo”, e Jeanette soube expor esses amores e desgraças de forma dinâmica, sem deixar o leitor cansado.

Após contar a história da fascinante vida de Edgar, Jeanette nos mostra como o poema influenciara muitos escritores de sua época, como o poeta e tradutor Charles Baudelaire, principal divulgador das obras de Poe na Europa. E as gerações futuras como o renomado Sir Arthur Connan Doyle que, inspirado na criação de Poe o detetive Charles Auguste Dupin, criou o seu famosíssimo detetive Sherlock Holmes.

Para finalizar, Jeanette, me surpreendeu ao dar um aperitivo com alguns trechos dos mais famosos contos do poeta como: O gato preto; O coração delator; Ligeia; A carta roubada; entre outros. Além de presentear o leitor com as minhas duas traduções favoritas do poema “O Corvo”. A primeira tradução por Fernando Pessoa e a segunda por Machado de Assis, finalizando com, chave de ouro, o poema em sua versão “original” em inglês.

Sem dúvida, Edgar foi um gênio literário de sua época, mas como sempre só foi ter um reconhecimento forte após a sua morte.

Edgar Allan Poe: O mago do terror é um bom romance biográfico para quem deseja conhecer e entender um pouco a vida e a genialidade de Poe.

Porém, nem tudo é um mar de rosas. Alguns erros de digitação e revisão pecaram na citação de algumas datas e um certo exagero nos diálogos me deu a impressão de um falso drama, o que não me agradou muito, mas, mesmo assim, ainda é um bom livro para conhecer a vida do poeta.


Bom




Citação Favorita:
“ — É esse o problema: agradar a quem? Ao público? À crítica? Ou a si próprio?! A arte não pode se acomodar por medo de rejeição. O artista tem de estar sempre um passo à frente.”    

Edgar Allan Poe

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domingo, 21 de abril de 2013

O Natal de Poirot



EEBBBAAA!
Finalmente um livro da Agatha Christie.

Ela é minha autora preferida de todos os tempos, já li muitas obras dela e nunca me canso, por que ela é o tipo de autora que te faz pensar, te leva para um caminho, mas logo em seguida destrói tudo o que você pensou e te humilha desvendando o caso hahah.




E o livro “O Natal de Poirot” não foge da tradição, tudo começa quando uma família há muito tempo não reunida se junta para o natal a mando do pai debilitado e de caráter BEM duvidoso, então os quatro irmãos com suas respectivas esposas voltam para sua casa de origem, onde revivem lembranças esquecidas há muito tempo...

Os irmãos não se dão bem, os filhos brigam com o pai e quando parecia que nada podia piorar BAM acontece um assassinato! 

Ninguém fora de casa poderia cometer o assassinato e TODOS têm motivos suficientes para ter matado o indivíduo e agora? Quem vai desvendar o mistério?

Nosso querido amigo Belga de bigodes excepcionalmente “cultivados” Hercule Poirot! Sim ele está na redondeza conversando com a polícia (que coincidência Jesus) e vai ajudar o pessoal.

A maioria dos livros da Agatha infelizmente sempre seguem um padrão: introdução dos personagens, MORTE, duvidas, pistas, especulações e finalmente REVELAÇÔES BOMBÁSTICAS.

Nesse caso acontece exatamente isso, mas o bom desse livro é que o que se revela não é só o assassino, mas também a mentira de certas pessoas.

O livro é bom, mas segue a mesma linha de raciocínio dos outros.

Bom

Citação favorita:

 “Quem jamais poderia imaginar que aquele velho guardasse tanto sangue dentro de si?...”
Obra MacBeth citada por Lydia.

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Resenha O Natal de Poirot de Cleber Diniz é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Brasil.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Vittorio, O Vampiro


A Itália do século XV é o cenário de mais uma das histórias fascinantes da autora Anne Rice.

O jovem Vittorio vive em seu castelo pacificamente com seu pai, um senhor feudal, mas essa paz chega ao fim com a visita de uma seita satanista denominada Corte do Graal do Rubi que ameaça o senhor feudal caso ele não entregue os idosos, deficientes físicos e crianças para a seita. O pai de Vittorio recusa tal proposta repugnante, e com isso sela o destino dos povos que vivem nas terras feudais.

Como retaliação a seita extermina toda a família de Vittorio e o povo que ali vivia. Entretanto, Vittorio acaba sendo poupado por Ursula que teve compaixão pelo jovem rapaz. Com isso, Vittorio se compromete em vingar sua família e deixa as suas terras para caçar essa seita maligna.

Porém, nessa empreitada, Vittorio acaba se apaixonando pelo demônio que assassinara a sua família. Ursula, o belo demônio, encantadora de mortais acaba envolvendo o jovem feudal.

Vittorio não é o personagem mais cativante que Rice criou em suas crônicas vampirescas, pois em alguns momentos ele se torna irritante devido ao seu pensamento juvenil, mas em compensação Florian, o aristocrata e líder da seita, é completamente fascinante.

A narração de Rice é, como de costume, maravilhosa. Sempre detalhando a vestimenta e os ornamentos envolvendo os personagens. É impossível não ser envolvido pelo enredo com uma narração tão bem construída.

O conflito interno que atormenta Vittorio devido a sua paixão por Ursula foi muito bem trabalhado. Um conflito que dura quase o livro todo, mas é recheado de uma complexidade que só Anne Rice consegue criar.

O elemento religião está presente em todo momento e é muito bem retratado no oitavo capítulo com o ritual da missa da meia noite. A descrição que Vittorio faz da seita nesse momento de celebração é magnifico. Uma das minhas partes favoritas.

Vittorio, o vampiro é repleto de conflitos religiosos e morais com uma pitada de derramamento de sangue e romance. Uma combinação que poucos conseguem fazer e Rice domina com perfeição. Recomendo para leitura sem sombra de dúvida.

Muito Bom





Citação Favorita:
“Vi lorde Florian numa suntuosa casula sacerdotal como se fosse o próprio bispo de Florença, só que seu deslumbrante paramento exibia impudentemente a Cruz de Cristo de cabeça para baixo em homenagem ao Maldito, e na sua cabeça não-tonsurada de cabelos louro-escuro ele ostentava uma coroa de ouro e pedras preciosas, parecendo ser ao mesmo tempo um monarca francês e um servo do Senhor das Trevas.”

Vittorio

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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Herança


  Então depois de mais ou menos, um mês eu terminei o ciclo da Herança com o útimo livro Herança, confesso que fiquei triste por que quando você passa um tempo conhecendo os personagens, admirando suas atitudes e suas conquistas e sua história acaba (por que tudo tem seu fim) aparece um vazio que você não consegue preencher hahahah.


DRAMA OFF

  A Herança foi o melhor livro da saga sem sombra de dúvidas! O livro já começa bem, com Eragon e sua turma invadindo e tentando conquistar cidades, mostrando a força que Eragon, Roran, Arya e Saphira possuem juntos.

  Eu particularmente achei o livro todo com ação ou uma pré-ação (que Cleber?) dando uma ansiedade enorme durante o livro todo até chegar à luta final.

  Estava claro que Eragon não estava forte o suficiente para enfrentar Galbatorix isso é explícito durante toda a saga e eu queria saber o que mais o Chirstopher faria para aumentar o poder do Eragon e ele fez a única coisa que podia ser feita, que era exatamente o que eu tinha pensado que ele faria (o que obviamente eu não vou contar, você terá que ler o livro!) então eu achei previsível, mas era inevitável!

  Achei que o Christopher podia ter usado mais alguns personagens como a Elva que tem uma ótima história, Orik que infelizmente sumiu, só tem um capítulo e é um personagem com muito potencial ou Angela que é cheia de mistério, mesmo a Angela aparecendo em alguns capítulos e lutando ao lado de Eragon, então ficou com um gostinho de quero mais deles!

  A luta final foi digamos, rápida demais e o livro Endeusou (sim gente essa palavra existe!) tanto Galbatorix que eu o achei no mínimo ele burro e fraco por não conseguir suportar certas coisas.

  Me apaixonei mais pelo Roran, por que percebe o que a guerra realmente faz com um homem de verdade e mesmo assim ele não desiste e sai vitorioso onde elfos e anões perderam. E pela saphira que mostra toda a sua majestade como sempre e em seus capítulos únicos (como eu amo a maneira dela de pensar)!

  Nasuada subiu muito no meu conceito, já gostava dela, mas o que ela teve que suportar e as provações dela foram excelentes!

  Eragon infelizmente caiu de novo no meu conceito (logo quando eu estava gostando dele em Brisingr), ele se mostra despreparado em algumas ocasiões que, novamente se não fossem pelos seus amigos e a Saphira ele não estaria vivo.

  Também achei o final da Arya previsível, mas novamente também era inevitável, pois ao meu ver ele quis mostrar como ela era forte e que sacrificaria tudo pelo seu povo!

  O final foi... lindo haha Foi aquele tipo de final que não é final entendeu? Eu particularmente adoro porque você mesmo pode imaginar o que aconteceu depois.

 Christopher Paolini fez um excelente trabalho escrevendo o ciclo da Herança (tanto que demorou 12 anos né?) construiu bem a maioria dos personagens (menos Galbatorix  que foi um fiasco e no final das contas eu sempre verei Eragon como uma criança que precisa de ajuda =/ ) fico muito triste por ter terminado a saga por que ao todo foi muito boa!

 Mas nos agradecimento o Christopher fala que não vai largar completamente Alagäesia então é bastante provável que daqui ha algum tempo ele volte para esse continente maravilhoso, não com os mesmos personagens, mas acredito que serão tão bons ou melhores que Eragon, Arya, Saphira, Roran, Murtagh, Nasuada, Angela e Elva!

Muito Bom




Citação favorita:
“Eu não podia apenas ficar deitada ali e permitir que ele fizesse o que quisesse comigo. Eu tinha que reagir, lutar;tinha de mostrar-lhe que ele não tinha me dobrado. Eu queria feri-lo como pudesse.”
-Nasuada


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terça-feira, 2 de abril de 2013

Brisingr ou As Sete Promessas de Eragon Matador de Espectros e Saphira Bjartskular




Essa é a primeira vez que eu posto o “segundo titulo” do livro desse ciclo, porque eu simplesmente AMEI, eu gosto de títulos grandes e que captam toda a essência do livro, já que todo o terceiro livro da saga se baseia nas promessas que Eragon e Saphira fizeram durante toda a história, o que eu achei o máximo por que ele vai fechando lacunas que foram deixadas anteriormente!

De longe esse foi o livro que eu mais gostei (por enquanto ainda falta o ultimo livro que eu não li), primeiro por que Eragon está mais independente e consegue tomar suas decisões sozinhos, não esta tão forte quanto eu queria, mas você consegue perceber uma evolução do personagem.

Segundo por causa da Arya a elfa, finalmente ela é mais explorada, conta alguns de seus segredos e mostra mais emoções o que particulamente eu achei que já era hora, por que ela é uma personagem bastante misteriosa e forte, e nesse livro percebe-se que ela esta mais vulnerável e mais aberta!

O mundo dos anões também é mais detalhado (assim como foi o dos elfos em eldest) a gente conhece mais de sua cultura e de sua forma de pensar o que é ótimo!

Mas o que eu mais gostei desse livro é que temos capítulos através da perspectiva da Safira! Percebemos seu modo de pensar e seu jeito de não se importar com muita coisa ao seu redor, já que ela é o animal mais perigoso e majestoso de toda a Alagaësia!

Temos também lutas e confrontos para não perder a pitada de ação que o livro tem e mais segredos que são revelados que destroem TUDO aquilo que a gente pensava, é impressionante!

Acho que Brisingr também é um bom nome para esse titulo por que mostra como essa palavra é importante para Eragon!

Muito Bom





Citação favorita:
“Livros deverian estar onde vão ser mais apreciados e não permanecer onde jamais serão lidos, juntando poeira em uma prateleira esquecida, você não concorda?”
- Jeod

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